Não é segredo nem novidade o
fato da educação contribuir para a melhoria da condição social dos municípios.
No caso de Aporá, este conceito é ainda mais importante, trata-se de um
município praticamente desprovido de industrialização e oportunidades de
emprego.
É comum encontrarmos em
nosso município famílias desestruturadas pela necessidade de seu provedor (pai
de família) ausentar-se do seio de sua família em busca de emprego para
garantir o sustento de seus familiares. Isso poderia ser evitado se os gestores
de nosso município investissem mais o seu tempo em elaborar projetos de cunho
econômico e social (e não projetos de interesse próprio) para gerar renda e
empregos.
No entanto o que se caracteriza
como emergencial é a situação da juventude aporaense. O que se pode dizer em
relação a perspectivas dos jovens para com o mercado de trabalho é a
oportunidade de um emprego público, que muitas vezes alcança-se à custa de
negociatas e humilhações. É preciso buscar alternativas melhores para propiciar
aos nossos jovens a chance de estabilizar-se financeiramente em sua terra
natal.
Como educador aporaense,
defendo uma educação através da vivencia e para a sobrevivência, o que
diferencia-se totalmente do que tem sido praticado em Aporá. Devemos educar os
jovens para que sejam cidadãos conscientes e que o conteúdo ministrado nas
escolas possa ajudá-lo a conquistar sua independência econômica, social e
principalmente intelectual. Como resposta a esta problemática, alguns
municípios têm atuado através das secretarias de educação ação social e
secretaria de agricultura.
Estas secretarias podem e
devem elaborar projetos que tragam crescimento aos seus municípios e melhorias
na qualidade de vida dos habitantes, e não apenas gerir o dinheiro enviado pelo
governo federal. Programas como o bolsa família, distribuição de sementes e
desfiles escolares embora atitudes louváveis, não são o suficientes para mudar
a situação.
É imprescindível que
secretarias como a de Educação (que na minha humilde opinião, pode-se
caracterizar como latifúndio improdutivo na atual gestão), junto com a
secretaria de Ação Social (que não deveria limitar-se apenas em gerir o Bolsa Família)
elabore projetos de ação para profissionalização dos jovens que cursam o ensino
médio, para que com a conclusão do curso o jovem tenha uma profissão. Desta
forma, mesmo que ele opte por deixar o município, ele tenha uma chance de
empregabilidade. Existem inúmeros projetos disponibilizados pelo governo federal
onde o município entra com uma pequena
contrapartida orçamentária para sua implementação. No entanto estes projetos
exigem trabalho e comprometimento por parte de seus gestores, e trabalho extra
não é algo que interesse aos secretários de nosso município.
A secretaria de agricultura
facilita e muito o acesso a programas como o PRONAF, no entanto faz-se
necessário a capacitação técnica dos produtores rurais para que os mesmo
potencializem sua capacidade de produção e empreendimento. Iniciativas como a
criação de cooperativas podem trazer inúmeros benefícios para o município como indústrias
de beneficiamento da produção agrícola, além de subsídios de empresas que
oferecem contratos de compra garantida, onde o produtor tem a garantia de que
seu produto será comercializado por preço pré estabelecido e livre das
oscilações de mercado e especuladores.
Temos plena consciência de
que em gestões passadas a situação era pior do que vivenciamos hoje, mas isso
não pode ser argumento para o comodismo que vemos hoje. Este tipo de
justificativa atribui-se apenas a pessoas desprovidas de consciência moral e
ética, ou beneficiária do quadro social obscuro que vivemos.
Autor: Crítico Social
Contato: criticosocial@live.com
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